terça-feira, 9 de agosto de 2011

[ Eu vejo o futuro repetindo o passado...] Cazuza

            O Pelourinho. Ponto turístico de Salvador. Naquele lugar foi construído histórias muitas de cunho triste. Agora é visitado sem o consentimento e real valor de significado.
            O  Pelourinho ganha uma nova resignificação na história, não é mais apenas, um espaço de resistencia física contra a violência, afinal o sangue negro, não escorre como o sangue escravizado em busca de liberdade. Este lugar é a livre expressão da cultura afro-brasileira e também a nítida imagem da violência caracterizada por assaltos e coerção àqueles que vão observar um lugar culturalmente rico.
            Um cenário, uma obra de arte que constroi uma linhagem histórica que é acompanhada de dor. Não, que o ambiente seja desprovido de alegrias, mas os tristes olhos das crianças que sobrevivem nas noites assombradas das drogas e  do tráfico, torna uma realidade dura e grotesca, um ambiente rico em pobre. Não é mais admirado como um arauto de liberdade e luta, pois ainda sim, há necessidade de tornar livre o sentimento de expressão artística. O medo de passear pelas ruas do Pelourinho, coage a propagação de um ponto turístico que conta a história dos brasileiros.
            São horários marcados de visita. O Pelourinho fecha as 19 horas, não que seja um lugar com portas e fechaduras. A segurança obriga um regime de toque de recolher. Isso frustra, esconde e determina que todo desenvolvimento artístico no Pelourinho tenha fim, que a história produzida pela arte seja descontínua.
            Um lugar que deveria espelhar liberdade e agora é escravo do tempo, da violência e ignorância de conhecimento do que deveria significar. Este lugar? O Pelourinho.    


                                                           L. ALVARENGA 

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