terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tão perto, mas tão distante


Durante minha infância, sempre que passava pela Praça Castro Alves, o que chamava mais minha atenção era a aglomeração de vendedores de artigos confeccionados em couro no local. Lembro-me do forte odor oriundo da ladeira onde eles se concentravam, e logo no fim uma velha igreja levantada. Odor que na época me incomodava bastante, mas com o passar do tempo parece que foi enfraquecendo, e agora ao meu olfato é quase insignificante. 


 Cresci, e minha atenção se voltou a outro aspecto do local. A Igreja, agora reformada, perdeu sua função original e agora abriga um espaço cultural. E logo ao lado, outro espaço dedicado a tais fins foi erguido: um cinema, diferente dos padrões cinemas-shoppings conhecidos. E esses dois espaços, encontram-se justamente ao meio de estabelecimentos comerciais, camelôs, pessoas que vão e vêm fazendo compras, sem ligar para os dois espaços ali compreendidos.
Interessante é perceber o contraste de ambientes em um só lugar. O povo, que caminha freneticamente às compras, e os espaços culturais bastante calmos, vazios... A proximidade e ao mesmo tempo distância que a arte mantém de grande parcela da população.




Victória Negreiros 

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