terça-feira, 16 de agosto de 2011

Relatório da visita ao museu


         No dia 10 de Agosto de 2011, estudantes do 1° ano do ensino médio do IFBA, realizaram uma visita ao Museu Palacete das Artes Rodin Bahia, no bairro da Graça, em Salvador. Essa fora organizada pela professora Diana Valverde, da disciplina Artes Visuais. Sabe-se que o conhecimento adquirido é bastante importante para ampliar a visão de nós alunos da turma 8812, do curso integrado de química, sobre o movimento artístico impressionista, e principalmente o rompimento com o modelo clássico das manifestações, sendo que a arte moderna passa a ser melhor compreendida.
        Desde o dia 26 de Outubro de 2009, o Palacete das Artes abriga uma exposição de grande porte que acaba exatamente três anos após sua inauguração: “Auguste Rodin, homem e gênio.” É a maior da América Latina sobre tal artista excepcional, comportando 62 obras vindas diretamente do Museu Rodin Paris, na França. Esse cedeu pela primeira vez por tanto tempo obras originais pra uma exposição em outro país.
      René-François-Auguste Rodin, nasceu em Paris em 12 de Novembro de 1840 e faleceu em 17 de Novembro de 1917. Sua obra permeia todo o século XX, e passa a ser considerado o maior escultor desse período e pai da arte moderna. Por nascer em uma época em que o cristianismo detém de toda força, muita de suas peças têm a temática religiosa. Outrora, transmite sempre a idéia de contemporaneidade, quebrando com o modelo Greco-Romano. Viveu duas grandes crises: a primeira seria a da não aceitação, pois é sabido que Rodin trabalhou por muitos anos como assistente de um importante artista da época, executando praticamente todo o trabalho, garantindo o reconhecimento para o outro; e a segunda, foi referente à morte de sua irmã, de modo que muito abalado, ele chegou a viver em um mosteiro por um ano, tentando superar isso. Teve um longo caso com uma de suas estagiárias, Camille Claudel, que lhe rendeu um dos capítulos mais importantes de sua vida, a ponto de dedicar uma escultura a essa história. Com o termino do laço afetivo entre eles, Camille se transtorna mentalmente, sendo enviada a um sanatório em Paris, onde permanece por 30 anos, até o fim da vida. Auguste se casou já com idade avançada. Em suas obras a nudez, o movimento, o perfeccionismo no que diz respeito à anatomia humana, e o inacabado são características marcantes.
         Logo no inicio da visitação, nós estudantes e quem mais foi apreciar o talento de Rodin, nos deparamos com quatro maravilhosas réplicas de bronze de suas obras, que segundo o nosso guia, Hector, já causaram polêmica, no lado externo do casarão: Homem que anda sobre coluna, A Mártir, O torso da Sombra e Jean de Fiennes Nu recepcionam perfeitamente, no jardim, quem vai assistir à exposição, sendo uma prévia encantadora do que está por vir. Com segurança, Hector nos conduziu pelas dependências do casarão narrando parte da vida do artista em questão, e as inúmeras histórias e significados que se escondiam por trás de cada obra exposta. Na sala de entrada do Palacete, está a famosa obra O Beijo. Concretiza uma menção do Inferno de Dante (parte da obra Divina Comédia, de Dante Alighieri, artista que muito influenciou Rodin), possibilitando a visualização da história de Paolo e Francesca, que viviam um amor proibido.
Na sala “A meditação”, encontramos a obra responsável por lhe dá esse nome, além de “Cristo e Madalena”, as quais representam o apreço de Auguste em fugir dos padrões da época, sendo inovador, lançando o princípio do movimento nas esculturas (o que não era aceitável), para valorização da anatomia humana, e do não finito, característica marcante em muitas outras produções de Rodin. Também chamada de “Voz interior”, A meditação lhe garantiu a fama, e fora produzida em gesso platinado. A “O homem que anda” fora dedicada toda uma sala. “A exposição ainda conta com a presença de outras peças, como “Eva”, “A faunesa” “O despertar”, “O Minotauro”, “O escultor e sua Musa”, “O despertar, “A defesa”, “O sono”, “O desespero”, também chamado e “O adolescente desesperado”,” A luxuria”, “ A eclesiática” e etc. Por fim, duas obras de imensurável destaque foram exibidas pelo Palacete: “O pensador”- de 1880” e a Terceira Maquete da “Porta do Inferno”. O pensador é a escultura mais famosa de Auguste Rodin, inicialmente fora esculpida em um tamanho menor, porém o sucesso foi tamanho, que ele reproduziu-a três vezes em maiores dimensões. É a figura do contraste entre o trabalho braçal (com a mostragem de pés e mãos grandes e rudes) e o poder intelectual (com a posição de pensamento, concentração), e fora dedicada à Dante Alighieri. E A Porta do Inferno, é a maior de todas suas obras, e por isso não pode ser transportada pra localidades muito distantes, visando evitar danos a essa preciosidade. Esse projeto fora encomendado à Rodin, quando ele começou a fazer sucesso, e seria uma imensa porta de bronze para o Museu de Artes Decorativas de Paris (que nem chegou a ser inaugurado). É grandiosa, atingindo seis metros de altura, e têm como temática passagens do Inferno de Dante, remontando alguns personagens na porta, e voltando-se para as paixões humanas e a morte, dessa forma a obra O beijo, já mencionada, está presente nessa peça. No entanto Rodin faleceu antes que pudesse finalizá-la.
      O casarão centenário onde funciona o museu pertencia ao comendador Bernardo Martins Catharino, português, criado em territórios baianos, que fez sua riqueza no Brasil. Sua família tinha muita influência na sociedade baiana, de forma que a construção da residência na Graça fez dessa localidade um bairro nobre de Salvador. O rico industrial da área têxtil teve a primeira casa com elevador interno. Ao morrer, seus 14 filhos entraram em uma briga judicial para decidir quem tomaria posse do casarão, porém os muitos anos isentos de impostos permitiram que o governo tomasse a estrutura. Em 2007, fora aberto com a finalidade de um espaço cultural, e totalmente restaurado, sendo que o piso de madeira formado por pastilhas foi e continua sendo a maior preocupação.
      Quando Hector já havia explicado tudo sobre a exposição de Rodin, ainda pudemos ver outra exposição no museu: “Verdades do Inconsciente”, do pintor abstracionista Guel Silveira. Conclui-se que essa aula de campo foi muito rica e proveitosa.
                                                         
por: Bruna Valentim                             

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